Amanda Mussi Cosmic

Atração da Cosmic neste sábado, a DJ paulista Amanda Mussi conta sobre sua trajetória

junho 07, 2017portalundergroundbrasil@gmail.com


Confira entrevista com a DJ paulista Amanda Mussi, onde ela fala sobre a sua trajetória. Ela toca pela primeira vez em Porto Alegre na Cosmic neste sábado.

Saiba tudo sobre esta edição da Cosmic: https://www.facebook.com/events/528049287584561/ 

Conte um pouco sobre como entraste para o mundo da música eletrônica e consequentemente sobre o desejo de tocar, e as primeiras atitudes que te levaram à discotecagem.

Eu entrei por sempre ter amado música, desde a infância ouvindo nas rádios e MTV etc. os clássicos de house, garage, big beat, trip hop, logo tive muita influência de amigos que já eram DJs, da minha galera de Assunção no Paraguai, onde morei por 5 anos e passei todas as férias. 

Eu comecei a pesquisar música ainda na adolescência por meio de blogs, portais e rádios online, mas a vontade de tocar veio em 2011. Em SP, em 2012, comecei tocando em alguns eventos até que me chamaram pro coletivo Metanol, onde fiquei 1 ano, e depois parti pra fazer meu projeto, a festa Dûsk que estou há 3 anos fazendo. 

O Techno parece ser a vertente a qual mais te dedicas. É isso mesmo? Quais influências, desde as locais até as internacionais, mais marcaram o desenvolvimento da tua característica sonora como DJ?

No momento sim, é o que mais gosto de pesquisar e tocar, gosto de tocar um techno com nuances de house, eu adoro techno há vários anos. Fui muito em raves do gênero em meados de 2004 até 2007, depois pesquisei muito beat mais quebrado dessa leva uk funky/pos dubstep/garage, e voltei a pesquisa de techno unindo house e essas vertentes que eu tocava antes. 

Tenho muitas influências de diversos gêneros que marcaram muito, como os artistas Omar-S, Miss Kittin, Martyn, J-Dilla, Madlib, Erykahbadu, Grace Jones, Marcel Dettmann, Jeff Mills, AIR, Robert Hood... e dos locais (latinos) tem o LPZ (Paraguai), Ney Faustini, Mau Mau, Seixlack... são muitos, não lembro de todos.

Conte um pouco sobre o trabalho com a Dûsk e de como a festa procura se posicionar numa São Paulo que parece enfrentar uma fase de polarização estética e "política", com Clubs tradicionais de um lado e festas independentes/itinerantes de outro, num aparente clima de rivalidade onde a maioria dos DJs precisa tomar partido e situar-se como apoiador de um dos polos.

A Dûsk é uma festa para 300/400 pessoas aproximadamente, faço ela há 3 anos e ela começou com uma vontade de explorar ritmos vindos do techno e house dos anos 90 mas com pegada mais moderna, tendo edições diurnas onde rola Disco e House e noturnas onde rola mais Techno, electro, breakbeat e acid. 

No atual momento existe esse clima de rivalidade festa independente x club com alguns lugares, não todos, e obviamente isso ficou mais evidente desde que o atual prefeito, que é totalmente de direita e a favor da privatização, tomou posse. Estão acontecendo boicotes às festas maiores e consequentemente isso fecha o cerco cada vez mais para todos. Isso também está servindo para a cena underground de festas independentes de SP se unirem cada vez mais e perceber que estamos todos do mesmo lado contra esse governo hipócrita fascista ao qual estamos sujeitos. 

Formamos cada vez mais uma resistência maior, a cada evento, festa, acontecimento, a cada semana, virando como um corpo que mantém viva essa luta pelo espaço e a liberdade de expressão e cultura.

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