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Entrevista com Sabrina Flow - Precursora da cena do Psytrance no RS

janeiro 20, 2015portalundergroundbrasil@gmail.com


Veja entrevista feita pelo Portal Underground com Sabrina Flow, DJ, precursora da cena do Psytrance no Rio Grande do Sul e idealizadora do Ecosounds, Festival que ocorre nos dias 30 e 31 de janeiro de 01 de fevereiro de 2015 em Capão da Canoa/RS.

Trabalha como DJ há quanto tempo?
Agora em 2015 completo 11 anos como DJ.

Qual/Como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica? 
Ainda muito criança, com cinco anos, escutei Jean Michel Jarre e fiquei maravilhada. Choquei a família ao pedir um vinil dele (ao invés de qualquer infantil da época). Desde então sempre busquei referências, cresci embalada por Information Society, Technotronic, Depeche Mode, Erasure, Pet Shop Boys... Fui em muito shows e aos treze anos já estava dançando na pista do Life Boy - danceteria que ficava na Praça Conde de POA. Aos 15 curtia o início da onda Clubber no Fim de Século e nunca mais parei.

Como nasceu o amor pela música?
Desde que me entendo por gente. Minhas lembranças de infância tem marcadas muitas tardes dançando e colocando músicas em frente ao 3 em 1 enorme que tinha na minha sala. Já era DJ das reuniões dançantes desde os 11 anos, pois tinha todos os vinis.

O que a música significa para você? 
Música é vida, tem o maior poder de transformação entre todas as outras artes.

Qual é o seu estilo musical preferido?
Seria difícil dizer apenas um, mas falando de e-music, posso dizer que amo psytrance e techno.

Qual é o estilo musical predominante nos seus sets?  
Progpsy e agora também toco techno, sob o nome artístico Drop Flow.

Por que a escolha destes estilos musicais? 
O techno é minha 1ª referência consciente, comecei a entender a música com ele, a entender de som, fiz muitas festas de techno antes de conhecer o psytrance. Mas quando conheci o psy e sua rica cultura, me apaixonei. E foi um longo caminho trazer o estilo ao RS, tendo que explicar para as pessoas nos clubs o que era psy e porque ir curtir uma festa em meio a natureza.

Para você, qual é a melhor música de todos os tempos? 
De todos os tempos é complicado eleger apenas uma, mas tem a Pontapé (Renato Cohen) que representou um grande momento para a cena nacional, abrindo as portas para os produtores brasileiros.

Qual é o seu DJ preferido? Por que?
Alex Stein. Amo as suas produções e mixagens, representa um estilo único de techno nacional.

Qual é a sua maior inspiração?
 A felicidade. Quando estou tocando busco levar a felicidade às pessoas, quando compro uma track estou pensando em passar a felicidade que ela me trouxe para as pessoas.

Qual foi o melhor momento da sua carreira?
Melhor momento são todos, porque cada um tem a sua particularidade. Fui muito famosa em 2005/06 e isso não me trouxe tantas coisas boas quanto a maturidade que tenho hoje, por exemplo.

Qual foi o lugar (ou festa, em específico) que você mais gostou de tocar? Por que? 
Eu mais gostei de tocar no Club NEO, onde comecei a minha carreira. Já era a minha segunda casa, passei anos frequentando o Fim de Século lá. De repente era eu lá em cima tocando para os meus amigos. Foi uma sensação única.

Há alguém que você gostaria de tocar junto?
Muitas pessoas, mas alguém assim "inatingível" (e assustador pelo meu medo) seria o Astrix, por ser uma referência de muitos anos, que conheci o psytrance. 

Qual é a sua visão sobre o crescimento da cena underground no Sul do Brasil, sendo você uma precursora da cena?
É fantástico ver como tudo se consolidou, quantos ótimos DJ's temos aqui que não devem em nada a nenhum top mundial. Me sinto muito feliz em ter feito parte do início de tudo isso e tenho muito orgulho do trabalho de todos que hoje estão tocando e produzindo os eventos, disseminando essa cultura linda do psytrance pelos 4 cantos do RS.

Como surgiu a ideia de fazer a Ecosounds, esta festa que integra a música com a natureza? 
Só em um festival você consegue realmente entender esse sentimento de conexão que tanto falamos. É dormindo e acordando em comunidade, você se vê parte de um todo, esse organismo vivo que é o nosso planeta. O Ecosounds veio para ser um portal para este universo. Um mundo que nos foi tirado pela ganância de um sistema onde somos meras unidades de consumo e produção, de escravidão e necessidades desnecessárias.

Quais serão os estilos musicais do festival e por que foram estes os selecionados? 
Dentro da cultura underground temos o Palco Eco, que é 100% raiz psychedelic trance, o gênero que deu origem a esse movimento. Além disso esse ano teremos ainda a Cabana, que será a sonoridade do Warung, underground e contemplando os low BPMs do tech house e vertentes. Além disso no Palco Sounds rola um som mais descompromissado com rótulos, apenas diversão, e seria o mais comercial do evento. Ele existe no festival por ser a entrada da toca do coelho. Ali as pessoas que ainda não submergiram completamente na cultura trance encontram identificação, e depois seguem para os outros palcos para conhecer as diferentes sonoridades. Além disso tem o Chill Out, indispensável para um evento de longa duração, ponto de cura e troca de ideias.

Qual é a mensagem que você tenta passar para a pista na hora que está tocando? 
Somos todos um, sejamos felizes sendo nós mesmos.

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