Curiosidades DJs

Tarik acaba de ser anunciado como residente da Levels e nós falamos com ele!

março 08, 2018portalundergroundbrasil@gmail.com


O time de residentes da Levels demorou pra ser anunciado, mas parece ter sido escolhido a dedo para casar perfeitamente com a atmosfera da festa. DBeat, Mau Maioli e Tarik desempenharam grandes sets na pista da festa anteriormente e agora retornam com a possibilidade de se firmar como parte da história da Levels. 

Tarik, por exemplo, é uma figura importante no desenvolvimento da festa. Além das cabines, ele é tido como um dos homens de confiança da organização, tanto para questões de bastidores, quanto para assuntos mais direcionados para o meio artístico. Afim de conhecer mais um dos novos residentes da festa, convidamos Tarik para um bate-papo. Confira abaixo:

Olá, Tarik! Obrigado por nos atender. Você acaba de ser anunciado como residente da Levels. O que essa conquista representa pra sua carreira?

Olá galera do PU! Eu que agradeço o contato e a oportunidade de estar novamente contribuindo no canal.

A Levels foi de suma importância na minha evolução. Ela surgiu no momento em que eu começava minha carreira na discotecagem e não tinha acesso a festas de House e Techno, certamente ela ajudou a mudar meu padrão de pesquisas.

Lembro bem de ter encontrado o flyer da primeira edição no chão, na saída de uma festa, ver o nome do HNQO e pensar “é isso!”. Foi como sempre digo, paixão à primeira vista. 

Na pista da Levels fiz inúmeras amizades e relações, que mudaram não somente o rumo da minha carreira como a minha forma de ver o mundo.

Somente por esses motivos pessoais e ideológicos já seria um marco importantíssimo, mas somado ao fato de que hoje ela é um label que reúne um grande publico, e se afirmou como um dos grandes eventos do país, traz um sentimento de reconhecimento, de que estou no caminho certo.

Ainda sobre a Levels, quais são as principais memórias ligadas a festa que você carrega?

São tantas… (risos). Talvez eu seja uma das únicas pessoas que foi em absolutamente todas as edições da Levels, inclusive nas club.

A Levels já trouxe tantos artistas interessantes, com tantos amigos e gente legal frequentando, e com isso, uma energia tão boa que o numero de memórias é infinito. Mas vou escolher dois momentos, um discotecando e outro como espectador. 

No aniversário de 1 ano da festa, eu fazia um warm-up em b2b com o Abel Mezzomo e chovia horrores. Na primeira hora de set faltou luz, o gerador falhou e a festa ficou 40min no escuro, foi tenso. Quando a luz voltou terminamos nosso set com a galera pedindo bis, foi uma noite de fortes emoções (risos).



Na festa seguinte a grande atração foi o argentino Barem. O set - que foi um dos mais comentados da festa até hoje - estava programado para 1:30h de duração, mas a conexão foi tão absurda e a resposta do público tão intensa, que o artista acabou estendendo o set e tocou 3h! Foi surreal.

Percebo que seus sets são bastante conectados com a house music, mas ainda assim referências de outros movimentos como jazz e funk são observadas. No seu caso, quais são os principais elementos que formam esse caldeirão chamado background musical?

Sou aficcionado por música, não tenho fronteiras quanto a géneros e sempre estou procurando escutar algo diferente. Tenho pesquisado muito, não somente a música, mas também a história de diversos movimentos musicais como o Hip-Hop e a MPB, por exemplo. Eu vejo o background musical justamente como isso, tudo que se absorve, se identifica, e que de alguma maneira afeta tua maneira de ver as coisas. No caso de um artista, isso com certeza reflete no trabalho. 

O Jazz e o Funk que citaste, além de serem grandes paixões minhas, foram e são grande referência para vários artistas da House Music o que acaba por proporcionar muito material com essas influencias. Vejo hoje a musica eletrônica num geral ajudando em uma resinificação da música brasileira, tanto num sentido de conhecer melhor o que existiu de bom, quanto ao surgimento de novos artistas e formas de expressão. Isso tem sido um forte pilar para mim também, tentar incluir mais e mais referencias nacionais nas apresentações.


Meu primeiro projeto foi a criação da label #sentandoalenha juntamente com o Abel Mezzomo (que segue com o projeto atualmente). Produzíamos podcasts, posteriormente festas, entrevistas (em parceria com o próprio PU) e até um programa para uma rádio FM do interior.

Hoje, além do meu envolvimento com a Levels, também produzo festas num local chamado Studio 84 Club. Um mini clube que eu e o Leo Zamper estamos idealizando e desenvolvendo desde o ano passado no mesmo local em que durante o dia funciona o studio de hair styling dele. Produzimos aos domingos a festa Voyeur, a qual além de ter uma abordagem de comunicação - escrita e visual - bem “fora da curva”, apresentou uma mistura de estilos diferentes. Tanto através de interessantes artistas vindos de fora do estado, como: Ney Faustini, Dee Bufato, Kosmo, Bernardo Ziembik e Caetano, quanto dos diversos talentos regionais com trabalhos extremamente sólidos também.

Neste ano além da festa passar para o sábado a noite, temos programado uma nova festa com outras abordagens, novos DJs residentes e também uma festa gratuita, com diferentes ações e manifestações artísticas acontecendo em paralelo à música.

Na sua visão, quais são as melhores formas da música atuar na sociedade? 

Acredito que a música é a linguagem mais democrática e universal conhecida. A maior maneira de nos comunicarmos, nos identificarmos, passarmos experiências, entrar em freqüência. Somente por este fato ela já tem um papel social de suma importância.

Juntamente com a linguagem vem o poder de expressão, a subversão e o experimentalismo, que são elementos importantes não somente por sua eficiência sócio-politica, mas principalmente por também serem uma ótima maneira de agregar, através do entendimento da existência das diversidades e assim criando o respeito por tal.

De várias maneiras, através de movimentos variados, espalhando o amor… pra mim a música vai salvar o mundo!



Para finalizar, fale sobre seus planos para 2018:

Sou uma pessoa sempre cheia de planos. (risos) Mas tenho aprendido a entender e respeitar cada momento, sem dar passos maiores do que as pernas.

Muitos releases que me agradam estão disponíveis apenas em vinil, portanto pretendo amadurecer a ideia de começar a adquirir alguns, e quando estiver seguro, inserir a mídia nas apresentações. 

Fora isso, a ideia é voltar o foco ao estudo da teoria e da produção musical - algo que tem me chamado cada vez mais - sem perder meu cerne hoje, a pesquisa.

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