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Em entrevista, Cevallos fala sobre a 90ª edição da NEON que ocorre dia 13/11/2015

novembro 03, 2015portalundergroundbrasil@gmail.com


Conversamos com Gabriel Cevallos que, junto com Lucio Kahara, faz a festa NEON, que está completando sua 90ª edição dia 13 de novembro de 2015! A festa vai ocorrer no Bar Ocidente. Confira a entrevista:

Como surgiu a ideia da NEON?

Começou com eu e o Lucio querendo tocar músicas que estávamos gostando na época e não tinha lugar pra tocá-las. Decidimos nos juntar e unir duas visões sobre música eletrônica que eram e ainda são similares. Na real acho que a maioria das festas que tem uma longa história nasceram assim, pessoas que cavaram um espaço até então inexistente para fazer o que se gosta.

Desde quando a festa ocorre?

A festa começou em janeiro de 2008, no prédio da Av. Independência onde ficava o Cabaret do Beco na época, que depois virou só Cabaret. A festa iria acontecer a princípio somente nos meses de janeiro e fevereiro, seriam duas festas por mês durante as férias, algo sem muita pretensão, se bem me lembro.

Quais são os estilos/vertentes musicais predominantes na NEON? Sempre foram estes ou já houve mudanças no estilo da festa?

A NEON nasceu musicalmente de um cansaço com o que gente vinha tocando e escutando, estávamos com uma certa ressaca do “novo minimal” que já tinha estourado alguns anos atrás, e que tocávamos bastante. Surgia uma nova onda musical que misturava elementos de disco, rock, pop, voltado pra pista, selos como DFA, Ed Banger e Gomma eram a antítese do som minimalista e introspectivo da Minus e Cadenza, e esse era o nosso zeitgeist, ser mais divertido e extrovertido. 

Mas essa alma alegre sempre deu espaço para momentos mais sérios, nunca paramos de tocar coisas mais cabeçudas, tudo depende da hora, das pessoas, dos DJs convidados, é comum a gente mixar techno com disco. A festa sempre manteve um ouvido no passado, resgatando clássicos atemporais da dance music, seja disco, house, electro, techno, vale tudo. Eu diria que a NEON é uma espécie de biblioteca da dance music, tudo o que foi feito desde os anos 70, começando com a disco clássica até as novidades de 2015 podem tocar, mas os clássicos sempre bem dosados, não é uma festa de flash house. Com base nos convidados que trouxemos dá pra ter ideia da variedade sonora, o alemão Phanta du Prince tocou música abstrata e dub techno, o inglês Greg Wilson tocou disco, os argentinos do Silver City nu disco, funk e house, entre outras dezenas de exemplos que formam essa identidade eclética.

Como foram escolhidos os DJs para a festa de comemoração de 90 edições da NEON?

A ideia era ter no lineup DJs de diferentes gerações e estilos, o GB (Gabriel Bernardo) é da nova geração, e tá se destacando por agitar festas na rua e por introduzir a música eletrônica para um pessoal bem jovem, que até então só queria ouvir música brasileira. O Benites é meio que uma lenda né! Como DJ vem há muitos anos defendendo junto com o pessoal da Fusion uma sonoridade e uma identidade bem definida, não é exatamente o que fazemos na NEON, mas é justamente nessas diferenças que a gente atua. 

O que o público que ainda não conhece a NEON pode esperar da festa?

Pode esperar uma experiência musical que é única na cidade, isso não torna ela melhor nem pior que as outras festas, mas com certeza diferente.

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